quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Recriar e Reviver o Passado no Vale do Âncora

No início do ano lectivo, e no âmbito da disciplina de História, os alunos das turmas dos Cursos de Línguas e Humanidades da Ancorensis visitaram a exposição “Arqueologia e Artes Tradicionais”. Esta exposição esteve patente ao público no Centro Cultural de Vila Praia de Âncora, desde o dia 15 de Agosto, mantendo-se aberta até ao final do mês de Setembro, para possibilitar a visita de alunos das escolas, no início do ano lectivo. A visita foi orientada pelo professor Teodoro da Fonte, o qual também fez parte da equipa que organizou esta exposição, em colaboração com vários especialistas das diferentes épocas representadas.
Subdividida em duas áreas específicas, os alunos visitaram uma exposição que os fez recuar a um tempo longínquo – da Pré-História até à Idade Média – e a um período que perdurou até tempos recentes – o tempo das Artes e Ofícios Tradicionais - uma realidade de um passado que tende a desaparecer, em consequência dos constantes e contínuos progressos e mudanças.
Muitos alunos puderam identificar algumas ferramentas artesanais que os seus avós usaram (alguns ainda usam), acabando por valorizar ainda mais essas actividades ancestrais e ficando sensibilizados para a necessidade de guardar e preservar esses instrumentos, símbolos de uma época relativamente próxima.
Recuando no tempo, o grupo partiu ao encontro dos vestígios que constituem as fontes primárias do passado humano, a partir das quais os historiadores constroem a História que nos permite conhecer as nossas origens e a evolução do homem ao longo do tempo. A visita permitiu a observação directa de uma grande colecção de instrumentos líticos – os picos ancorenses – bem como algum espólio do Dólmen da Barrosa, vestígios que documentam bem a presença e a ligação estreita do “homem ancorense” com o mar, o rio e o Vale do Âncora.
Seguiu-se a observação do espólio da vida castreja. Também aqui se encontravam inúmeros vestígios da presença humana, em particular da Cividade de Âncora / Afife. A reconstrução e reprodução de uma casa castreja, com pátio lajeado, com um forno, mós, objectos de cerâmica, uma pequena necrópole e a réplica da porta da cividade (a original encontra-se exposta na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães), forneceram uma informação aproximada da vida das populações nestas comunidades.
Noutra secção, encontravam-se muitos vestígios da presença dos romanos na nossa região, nomeadamente ânforas (reconstruções com fragmentos originais), lucernas e outros objectos de cerâmica, além de um valioso tesouro romano, constituído por um conjunto de moedas em bronze, encontradas na villa romana das Baganheiras, em Afife.
A época medieval estava caracterizada por imagens e referências ao monumento mais emblemático do período românico do nosso concelho, a capela de S. Pedro de Varais, bem como aos vestígios que foram encontrados em S. Salvador de Bulhente.
Foi uma visita muito interessante para todos os alunos de História, a qual permitiu confrontar os vestígios do passado com o recurso às novas tecnologias, através da reconstrução e reprodução virtual de imagens e vivências do passado, na certeza de que, como o nosso professor não se cansa de ensinar, só conhecendo (e preservando) o passado poderemos compreender melhor o presente e preparar devidamente o futuro.

Alunos de História do Ensino Secundário

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